Projetos

Palavras e Cores nas Escolas

No dia 16 de março de 2018, na biblioteca do Colégio Imaculado Coração de Maria, em São Lourenço, Minas Gerais, os terceiros anos das professoras Dayane Pereira Silva e Maria Antônia Assumpção Sanches, após trabalharem com o livro As Águas Minerais de Lourenço, me convidaram para uma atividade com os alunos, durante a aula de Literatura. Para começar falei um pouco sobre a experiência de escrever e ilustrar e chamei a atenção deles para os diferentes pontos de vistas do ilustrador, nas imagens do livro trabalhado. De onde o ilustrador está vendo ou imaginando essa cena?



Após explorar as ilustrações, propus um desafio. Agora, vocês serão os ilustradores. Quem desenha, precisa saber que no desenho não existe certo ou errado, nem bonito ou feio. O desenho é um território que não aceita regras vindas de fora, nele quem manda é o desenhista. Seu céu pode ser da cor que você quiser, assim como seu mar, sua casa, suas pessoas e tudo mais. No desenho sua imaginação é soberana.



Tudo combinado, vamos para o desafio:



Vamos imaginar um lugar que gostamos muito. Pode ser a nossa casa, nossa escola, um parque, um local que gostamos de visitar ou um espaço inventado por você.



Imagine esse lugar como se você estivesse voando, como uma águia, um plano avião com olhos. Avistando lá de cima. Os alunos usaram lápis de cor e canetinhas, se alternaram nas escolhas dos lugares. Não percebi a influencia da escolha de uns sobre os outros e os resultados foram muito interessantes.



Organizei os desenhos a partir da altitude em que cada criança se imaginou. Do mais alto para o mais baixo.

O planeta visto do espaço.



Ainda acima das estrelas e do sol, mas com detalhes de aproximação.



A terra rajada com as diferentes colorações e duas copas de árvores vistas do alto.



A copa da árvore com detalhes, que a aproximação permite.



A casa e o quintal vistos do alto.



Aqui a casa pode ser vista do alto com todos os detalhes que compõem sua estrutura externa.



Também pode ser avistada sem o telhado, com os efeitos raios-X. Tal qual a planta baixa de um arquiteto, com divisórias e móveis.



Podemos imaginar e desenhar um campo de futebol.



Ou a praia vista do alto, com o mar, guarda-sóis e toalhas coloridas.



Mais perto ainda, podemos ver do alto, as pessoas em uma partida de futebol.



Ou alguém relaxando, boiando em uma piscina. Nesta imagem chama a atenção o fato de que nós estamos avistando do alto e quem está sendo retratado lá embaixo, olhando para o alto, também nos vê.



O exercício principal deste desafio é a capacidade de deslocamento, através dos diferentes pontos de vistas. Entender que um mesmo espaço, ser ou objeto pode ser observado sob diversos olhares e registar graficamente tal movimento, amplia nossa compreensão para a diversidade de formas de sentir, pensar e agir.


A representação do escorregador de brinquedo visto do alto e, em seguida, o escorregador visto no plano pisando no chão.



No segundo momento, utilizaremos a perspectiva linear, com a qual estamos habituados a ver o mundo, o desenhista está de pé, sobre o chão. É o plano pisando no chão. Assim avistamos e representamos as fachadas,



os jardins,



as pessoas



e os diferentes lugares.



A terceira e última parte do desafio propõe a representação de um espaço pouco conhecido. O plano do lá embaixo ou o plano minhoca. Aqui vale uma boa dose de imaginação. - Posso representar o fundo do mar? – eles perguntam – Pode. É você quem manda no seu desenho. Confirmo.


Aqui os tuneis, com suas manilhas, debaixo da terra. Estrutura hídrica.



A representação da água, com uma pequena parte do casco do barco visível.



O fundo do mar ou do rio com seus habitantes.



As raízes ou as fissuras nas rochas.



Algumas crianças representaram os três momentos com muita desenvoltura. Imaginaram e registraram de forma harmoniosa. Como uma quadrinização de um mesmo um espaço.
Podemos perceber no edifício roxo, com seu telhado de amianto e seu solo de sustentação, como revelam um cálculo perfeito entre as três estruturas.



Na casa com quintal há uma menina brincando com seu cachorrinho. Podemos vê-los do alto, quando avistamos o telhado da casa. Depois, no plano pisando no chão, a desenhista ainda cria um plano intermediário antes de passar para o plano minhoca, onde podemos ver as tocas dos bichinhos que vivem dentro da terra e as sementes que começam a germinar.



Os traços soltos e seguros e a imagem bem colorida, revelam uma embarcação original. Vista do alto, o círculo representa o topo do barco que navega. No centro a embarcação aparece inteira e bem articulada, enquanto o tracejado sugere sua movimentação. Na terceira parte, lá debaixo, o desenhista prefere olhar para cima e avistar o retângulo, que é o casco do barco que está sobre as águas.



Em alguns trabalhos, as crianças se apropriaram de detalhes das imagens do livro. A macieira com as pipas vistas do alto. O chão bem marcado sobre o qual a grama, a árvore, a menina e a flor se elevam e a terra, que envolve as raízes ocultas ou as fissuras, representadas pelos riscos coloridos que mergulham verticalmente.



A última representação tem uma boa dose de humor e movimenta os personagens com dinamismo e graça. Estamos na praia e do alto podemos ver o jogo de bola, alguém deitado ao sol, coqueiro que deixa cair seu fruto e um tubarão que se aproxima. A cena é muito rica, bem detalhada e os três níveis de observação revelam a mesma atmosfera.



São Lourenço 16/03/2018 Selma Bajgielman






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Encontro de Setembro


No Projeto de Literatura, em setembro de 2018, os alunos da Educação Infantil do Colégio Imaculado Coração de Maria, receberam a autora, ouviram suas histórias e participaram ativamente das releituras sonoras e pictóricas.



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Talentos do CICM


Para o projeto Talentos do CICM, realizado pelo Ensino Fundamental 2, preparamos um painel de criação coletiva, medindo 1.80 X 8 metros, guache sobre papel Kraft. Criamos uma pintura com três faixas.

Compareceram os alunos do 6º, 7º e 8º anos, que se voluntariaram para desenhar e pintar, em período extra turno, no cantinho tosco do CICM.

O primeiro desafio foi trabalhar uma imagem horizontal, capaz de compor uma estrutura única, em criação coletiva.

O primeiro grupo, formado pelos alunos do 7º ano, ocupou a faixa central e optou por criar uma paisagem, que se inicia com picos rochosos, que se transformam em morros verdes, como a Mantiqueira, e termina em um território encantado.

O grupo seguinte, formado pelos alunos do 8º ano, assumiu o desafio de representar o subterrâneo invisível, dialogando com a paisagem central. Surgem castelos intra terrestres, rios que correm pelo interior da Terra, cenotes que refletem a lua, as raízes do Ipê amarelo que insistem em florescer, a água que segue seu curso e o arco íris que reflete em múltiplas formas.

O terceiro e último grupo, formado pelos alunos do 6º ano, pintou a faixa superior, compreendendo, assim como os demais, que nas artes plásticas transitamos em um território de liberdade. Sem certo e errado, bonito ou feio, nos lançamos na criação capaz de manifestar nossas verdades. Assim, o céu viu surgir planetas, naves espaciais, dragões e unicórnios. A realidade e a imaginação dão vida para nossas formas e cores.




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Contando Histórias


Idealização e realização do Projeto Fonte das Letras no Pequeno Mundo. Práticas literárias e artísticas semanais com as crianças, em extra-turno escolar.






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Outras fotos


Visitas para mediação de leitura e contação de histórias em escolas públicas e particulares.






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Encontro com o seu Desenho


O convite é o seguinte: Vamos desenhar? Aproximar o futuro educador da sua capacidade de desenhar, compreendendo como a história da Arte e a lógica escolar se invertem, e buscar a alfabetização visual, aprimorando nossas habilidades gráficas e pictóricas.